A Medicina portuguesa está de luto - Morreu Corino de Andrade
Published sexta-feira, junho 17, 2005 by Informação e Imagem | E-mail this post
Corino de Andrade, o investigador que descobriu a paramiloidose, mais conhecida como "doença dos pezinhos", morreu hoje, ao 99 anos de idade, disse fonte da Universidade do Porto.
O professor universitário, um dos mais destacados neurologistas nacionais, responsável pela descoberta da "doença dos pezinhos" e um dos principais impulsionadores da criação do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, faleceu à s 15h10 devido a uma paragem cardiovascular, resultante de doença prolongada que há anos o obrigava a permanecer acamado.Natural do Alentejo, Mário Corino da Costa Andrade licenciou-se em Medicina e Cirurgia em Lisboa, de onde partiu em 1931 para trabalhar no Laboratório de Neuropatologia da Faculdade de Medicina de Estrasburgo, onde recebeu o Prémio Déjerine, até então atribuÃdo apenas a investigadores franceses.Quando, em 1938, regressou a Portugal, instalou-se na cidade do Porto, onde, contratado como neurologista pelo Hospital Santo António, criou e dirigiu o respectivo Serviço de Neurologia a partir do inÃcio dos anos 40. Foi com base no trabalho de investigação realizado naquele hospital que Corino de Andrade se notabilizou mundialmente quando, em 1952, foi o primeiro a identificar e tipificar cientificamente a paramiloidose, vulgarmente designada por "doença dos pezinhos" ou mesmo "Doença de Andrade".A paramiloidose é uma doença que se manifesta normalmente entre os 25 e os 35 anos e que é transmitida por via genética. Os primeiros sintomas são constantes formigueiros nos pés e uma perda de sensibilidade ao frio e ao calor. Esta doença neurológica era inicialmente tÃpica das zonas piscatórias do Norte e Centro portuguesas, mas acabou por ser também identificada noutras regiões litorais do mundo.Corino de Andrade detectou esta doença ao observar pescadores da zona da Póvoa de Varzim que não sentiam dor quando se cortavam nas cordas dos barcos e se queimavam com os cigarros.Em 1976, após uma viagem de investigação aos Açores, Corino de Andrade identificou uma outra doença neurológica, a de Machado-Joseph.Corino de Andrade recebeu várias distinções ao longo da vida, entre as quais o Grau de Grande Oficial de Santiago de Espada (1979), a Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1990), o Grande Prémio Fundação Oriente de Ciência e, em 2000, o Prémio Excelência de Uma Vida e Obra da Fundação Glaxo Wellcome.A morte do investigador levou a Universidade do Porto a colocar bandeiras a meia haste. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, já enviou as condolências à famÃlia de Corino de Andrade.
(NotÃcia Agência Lusa)
Pena é que pouco se fale da perda deste grande médico português.
Para além de brilhante investigador tinha grandes preocupações na educação médica, vendo já na década de 50 aquilo que hoje ainda alguns não compreendem.
Sugiro que o Departamento Informativo lhe preste a devida homenagem através de um artigo no Frontal que enumere a sua obra e a importância do seu trabalho para a actual Medicina em Portugal.
Assim será, se depender de mim o artigo será feito..
Merci.
o reilly Roberto Iza Valdes
www.roberto-iza-valdes.com